sábado, 18 de junho de 2011

"MARTINHO DA VILA"


Martinho José Ferreira (Duas Barras, 12 de fevereiro de 1938) é um cantor, compositor e músico brasileiro.
Filho de lavradores da Fazenda do Cedro Grande, veio para o Rio de Janeiro com apenas quatro anos. Quando se tornou conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela prefeitura em uma festa, e descobriu que a fazenda onde havia nascido estava à venda. Não hesitou em comprá-la e hoje é o lugar que
chama de "meu off-Rio".
Cidadão carioca criado na Serra dos Pretos-Forros, a primeira profissão foi como Auxiliar de Químico Industrial, função aprendida no curso intensivo do SENAI.
Mais tarde, enquanto servia o exército como Sargento Burocrata, cursou a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissões que abandonou em 1970, quando deu baixa para se tornar cantor profissional.
A carreira artística surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando concorreu com a música "Menina Moça". O sucesso veio no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançando a canção "Casa de Bamba",
um dos "clássicos" de Martinho .
O primeiro álbum, lançado em 1969, intitulado Martinho da Vila, já demonstrava a extensão de seu talento como compositor e músico, incluindo, além de "Casa de Bamba", obras-primas como "O Pequeno Burguês", "Quem é Do Mar Não Enjoa" e "Prá Que Dinheiro" entre outras menos populares como "Brasil Mulato", Amor Pra que Nasceu" e "Tom Maior".

Logo tornou-se um dos mais respeitados artistas brasileiros além de um dos maiores vendedores de disco no Brasil, sendo o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias com o CD Tá Delícia, Tá Gostoso lançado em 1995 (o primeiro foi Agepê, que em 1984 vendeu um milhão e meio de cópias com seu disco Mistura Brasileira). Destacam-se Zeca Pagodinho, Simone (Cd Café com leite, um tributo a Martinho da Vila, 1996) e Alcione como os maiores intérpretes.
Sua história de prêmios está no rico acervo na cidade natal, Duas Barras. Entre os títulos guardados com carinho estão os de Cidadão Carioca, Cidadão benemérito do estado do Rio de Janeiro, Comendador da República em grau de oficial e a Ordem do Mérito Cultural, pela contribuição à cultura brasileira. Na coleção de medalhas, guarda a Tiradentes, além da famosa Pedro Ernesto, e na carreira musical ganhou em 1991 o Prêmio Shell de Música Popular Brasileira.
A dedicação à escola de samba do coração, Unidos de Vila Isabel, iniciou em 1965. Antes, participava da extinta Aprendizes da Boca do Mato. A história da Unidos de Vila Isabel se confunde com a de Martinho. Desde essa época, assina vários sambas-enredo da escola.
TambéM envolvido nos enredos da escola, criou o samba Kizomba: A Festa da Raça, e garantiu para a GRES Unidos de Vila Isabel o título de Campeã do Carnaval das Escolas de Samba do Grupo Especial do ano de 1988.
Em 2009, ganhou o concurso de sambas da Vila Isabel mais uma vez. Em 2010 a GRES Unidos de Vila Isabel fez uma homenagem ao cantor, poeta e compositor Noel Rosa. Em 2010, se vivo fosse, Noel Rosa completaria 100 anos de idade, razão pela qual esta escola de samba escolheu-o como seu enredo para o carnaval deste ano. A razão para tal se deu por conta da importância artística e cultural que Noel Rosa representa para esta escola, além de ser um dos mais proeminentes da MPB.
O samba de Martinho da Vila foi escolhido em concurso realizado anualmente na escola de samba, passando por diferentes etapas eliminatórias, sendo eleito ao fim destas.
Embora internacionalmente conhecido como sambista, com várias composições gravadas no exterior, Martinho da Vila é um legítimo representante da MPB e compositor eclético, tendo trabalhado com o folclore e criado músicas dos mais variados ritmos brasileiros, tais como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango, samba-enredo, toada e sambas africanos.



O espírito de pesquisador incansável, viaja desde o disco O Canto das Lavadeiras, baseado no folclore brasileiro, lançado em 1989, até o mais recente trabalho Lusofonia, lançado no início de 2000, reunindo canções de todos os países de língua portuguesa.
Em setembro de 2000 concretizou, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos projetos mais cultuados: a apresentação do Concerto Negro. Idealizado por Martinho e pelo maestro Leonardo Bruno, o espetáculo enfoca a participação da cultura negra na música erudita.
Para cuidar ds diversas atividades, criou o Grupo Empresarial ZFM abrindo as portas para sambistas com um selo musical e inaugurando sua própria editora, com o primeiro romance Joana e Joanes.
No Shopping Iguatemi, no bairro de Vila Isabel, Martinho inaugurou um botequim, chamado Butiquim do Martinho, onde se ouvia música brasileira, acompanhada de chope e petiscos, que ficou aberto durante nove anos, quando foi obrigado a fechar por determinação da direção do Shopping.
Martinho da Vila torce para o Vasco da Gama, e compôs duas músicas em homenagem ao clube do coração.
É, desde 2005, filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Em 2009, foi lançado o documentário "O Pequeno Burguês - Filosofia de Vida", que conta um pouco da vida artística e particular do artista.
Além de cantor e compositor, Martinho da Vila é escritor. É autor de nove livros:

"Vamos Brincar de política?" (Editora Global, 1986) - Infanto-juvenil
"Kizombas, andanças e festanças" (Léo Christiano Editorial, 1992 / Editora Record, 1998) - Auto Biográfico
"Joana e Joanes, um romance fluminense" (ZFM Editora, 1999) - Romance (Reeditado no mesmo ano em Portugal, pela Eurobrap, sob o título "Romance fluminense")
"Memórias póstumas de Teresa de Jesus" (Editora Ciência Moderna, 2002) - Romance
"Os Lusófonos" (Editora Ciência Moderna, 2006) - Romance
"Vermelho 17" (ZFM Editora, 2007) - Romance
"A Rosa Vermelha e o Cravo Branco" (Lazuli Editora, 2008) - Infantil
"A serra do rola-moça" ( ZFM Editora, 2009) - Romance
"A rainha da bateria" (Lazuli Editora, 2009) - Infantil

Discografia

1969 - Martinho da Vila - (RCA Victor)
1970 - Meu Laiá-raiá - (RCA Victor)
1971 - Memórias de um Sargento de Milícias - (RCA Victor)
1972 - Batuque na Cozinha - (RCA Victor)
1973 - Origens (Pelo telefone) - (RCA Victor)
1974 - Canta Canta, Minha Gente - (RCA Victor)
1975 - Maravilha de Cenário - (RCA Victor)
1976 - Rosa do Povo - (RCA Victor)
1976 - La Voglia La Pazzia/L' Incoxienza/L' Allegria - (RCA Victor)
1977 - Presente - (RCA Victor)
1978 - Tendinha - (RCA Victor)
1979 - Terreiro, Sala e Salão - (RCA Victor)
1980 - Portuñol Latinoamericano - (RCA Victor)
1980 - Samba Enredo - (RCA Victor)
1981 - Sentimentos - (RCA Victor)
1982 - Verso e Reverso - (RCA Victor)
1983 - Novas Palavras - (RCA Victor)
1984 - Martinho da Vila Isabel - (RCA Victor)
1984 - Partido Alto Nota 10 - (CID)
1985 - Criações e Recriações - (RCA Victor)
1986 - Batuqueiro - (RCA Victor)
1987 - Coração Malandro - (RCA Victor/Ariola)
1988 - Festa da Raça - (CBS)
1989 - O Canto das Lavadeiras - (CBS)
1990 - Martinho da Vida - (CBS)
1991 - Vai Meu Samba, Vai - (Columbia/Sony Music)
1992 - No Templo da Criação - (Columbia/Sony Music)
1992 - Martinho da Vila - (Columbia/Sony Music)
1993 - Escola de Samba Enredo Vila Isabel - (Columbia/Sony Music)
1994 - Ao Rio de Janeiro (Columbia/Sony Music)
1995 - Tá Delícia, tá Gostoso - (Sony Music)
1997 - Coisas de Deus - (Sony Music)
1997 - Butiquim do Martinho - (Sony Music) 758.325/2-479455
1999 - 3.0 Turbinado ao Vivo - (Sony Music)
1999 - O Pai da Alegria - (Sony Music)
2000 - Lusofonia - (Sony Music)
2001 - Martinho da Vila, da Roça e da Cidade - (Sony Music)
2002 - Martinho Definitivo - (Sony Music)
2002 - Voz e Coração - (Sony Music)
2003 - Martinho da Vila - Conexões - (MZA)
2004 - Conexões Ao Vivo - (MZA/Universal Music Group)
2005 - Brasilatinidade - (MZA/EMI)
2006 - Brasilatinidade Ao Vivo - (MZA/EMI)
2006 - Martinho José Ferreira - Ao Vivo na Suíça - (MZA/Universal Music) (registro de shows do cantor no Montreux Jazz Festival,
na Suíça, nas edições de 1988, 2000 e 2006)
2007 - Martinho da Vila do Brasil e do Mundo (MZA / Universal Music)
2008 - O Pequeno Burguês - ao vivo (MZA Music)

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